Por 
Criador de Doom e Quake afirma que mantém todos os direitos do projeto e busca um novo parceiro para retomar o desenvolvimento
Mesmo após o cancelamento do projeto e o rompimento com a Microsoft, o lendário designer John Romero ainda não desistiu de dar vida ao ambicioso shooter desenvolvido por seu estúdio, a Romero Games. Em entrevista recente ao Game Reactor, o criador de Doom e Quake afirmou que segue confiante na possibilidade de retomar o jogo, ou ao menos aproveitar parte substancial do material já criado. O shooter em questão, que jamais foi anunciado oficialmente, teve seu desenvolvimento interrompido após a Microsoft encerrar o acordo de publicação no início do ano, em meio a uma onda de demissões internas e reestruturações de portfólio dentro da empresa.
O rompimento pegou a equipe de surpresa, já que, segundo relatos, reuniões com representantes da publicadora haviam ocorrido pouco antes sem qualquer sinal de cancelamento. Em declarações ao The Journal, um ex-funcionário do estúdio descreveu o momento como “um grande choque”, afirmando que o jogo estava em estágio avançado de desenvolvimento quando a decisão foi comunicada.
“Tivemos reuniões no dia anterior e nada foi mencionado. O jogo já estava bem avançado. Foi um grande choque, e todo mundo acabou sem emprego”, contou.
Direitos preservados e negociações em andamento
Romero reforçou que, apesar do cancelamento, sua equipe mantém total controle sobre a propriedade intelectual e todo o código do jogo, o que abre margem para que a produção seja retomada com outra parceira.
“Ainda estamos decidindo o que fazer com o nosso grande jogo”, afirmou. “Nós possuímos a IP, o código, tudo. E quando você investe algo em torno de 50 milhões de dólares em um projeto, se mudar de parceira, essa nova empresa basicamente recebe 50 milhões de graça.”
Segundo o designer, diversas companhias já demonstraram interesse em colaborar com a retomada do projeto, que estava aproximadamente na metade do desenvolvimento quando o contrato com a Microsoft foi encerrado. A ambição e o escopo do jogo, descrito como um “shooter de nova geração”, chamaram a atenção de outros investidores e publishers que enxergam potencial no trabalho já realizado. Mesmo que o projeto original não seja retomado em sua totalidade, Romero acredita que o extenso material desenvolvido (incluindo sistemas, arte conceitual e mecânicas de combate) pode ser reutilizado em uma nova produção.
“Mesmo que não continue, ainda temos 50 milhões de dólares em recursos que podem ser usados em outro projeto. Isso adianta muito o processo, porque boa parte do trabalho já está feita”, explicou.
O veterano também reiterou que o estúdio não foi dissolvido, apesar dos rumores após o rompimento com a Microsoft. A Romero Games continua ativa e concentrada em encontrar um novo rumo criativo e financeiro para seus projetos futuros.
O futuro da Romero Games
A trajetória de John Romero é marcada por inovação e reinvenção. Desde o impacto revolucionário de Doom e Quake, o designer tem alternado entre projetos independentes e grandes produções, sempre defendendo a liberdade criativa dos desenvolvedores. Embora o shooter cancelado siga envolto em mistério, as declarações recentes sugerem que o estúdio está longe de encerrar sua jornada. Caso o projeto realmente seja retomado, ele poderá marcar o retorno triunfal de Romero ao gênero que ajudou a definir, um novo capítulo na história de um dos nomes mais influentes da indústria dos videogames.
Fonte: VGC