Projeto ambientado na Grécia Antiga teria o deus Hades e elementos cooperativos, mas foi cancelado antes de avançar, agora, fãs especulam sobre um possível remake do God of War original
Um novo relatório publicado pelo portal MP1st trouxe à tona imagens inéditas do jogo multiplayer de God of War, que estava em desenvolvimento pela Bluepoint Games antes de ser cancelado pela PlayStation. As capturas de tela, datadas de uma fase inicial de produção, revelam cenários, estruturas e ideias conceituais que sugerem que o título retornaria às origens gregas da franquia, explorando uma abordagem cooperativa inédita para a série.
Um retorno às origens mitológicas
As imagens mostram templos gregos ornamentados, artefatos clássicos, cavernas e interiores com múltiplos pontos de interesse, sugerindo ambientes criados para interação entre vários jogadores. Um dos locais mais chamativos é o Arsenal de Hades, um espaço amplo repleto de armas e escudos, aparentemente pertencente ao deus do submundo. Segundo o relatório, Hades teria papel central na ambientação e na narrativa, o que indica que o jogo se passaria antes dos eventos de God of War III, quando o personagem ainda estava vivo. Esse detalhe é particularmente relevante para os fãs, pois sinaliza que o projeto poderia funcionar como um prelúdio canônico ou até mesmo um spin-off paralelo dentro do universo de Kratos.
Em uma das imagens, é possível ver piscinas de enxofre amarelo nas cavernas, uma possível mecânica de gameplay, talvez associada a efeitos de status negativos ou desafios ambientais. Outro ponto curioso é que o Arsenal de Hades aparece em dois estados diferentes, um deles tomado por uma corrosão vermelha, descrita como uma “maldição”. Isso sugere que o jogo teria mecânicas dinâmicas de progressão nos cenários, talvez ligadas a modificadores de dificuldade ou elementos cooperativos que exigissem coordenação entre os jogadores.


















Elementos visuais e referências a diferentes eras da franquia
Além da ambientação clássica, as capturas também exibem estátuas, colunas e máscaras cerimoniais que remetem aos títulos originais da era do PlayStation 2. Entretanto, há também elementos visuais inspirados na duologia nórdica (2018 e Ragnarok), como o design de guerreiros armados e o brilho esverdeado em certas armas, lembrando o estilo dos Berserkers. Essas semelhanças levantam a hipótese de que o projeto poderia unir esteticamente diferentes fases da série, talvez em um mundo híbrido entre o panteão grego e o nórdico.
Outra teoria especulada entre analistas é que o multiplayer serviria como uma arena cooperativa ou modo horda ambientado em locais mitológicos, reaproveitando parte dos assets da franquia moderna. O design de algumas estátuas, como uma figura feminina segurando uma máscara, reforça a ideia de que o jogo exploraria temas simbólicos de identidade e julgamento divino, aspectos frequentemente associados a Hades e ao submundo. Apesar do potencial do projeto, o jogo foi cancelado pela Sony antes de atingir estágios avançados de desenvolvimento.
Segundo fontes ouvidas pelo portal MP1ST, a decisão foi influenciada pela mudança estratégica da PlayStation em relação a jogos de serviço ao vivo, após a recepção negativa de títulos como Concord e o cancelamento de outro projeto multiplayer da Bend Studio. A empresa aparentemente não via viabilidade a longo prazo no modelo proposto, especialmente considerando o perfil do público da franquia, mais acostumado a experiências narrativas single-player. O cancelamento reflete a nova política interna da PlayStation Studios, que passou a priorizar projetos com forte apelo narrativo e valor de produção, deixando o foco em live services mais limitado a equipes especializadas.
Bluepoint pode estar preparando um novo God of War
Após o cancelamento do multiplayer, a Bluepoint Games direcionou seus esforços para um novo jogo de ação em terceira pessoa, conforme indicado por vagas de emprego recentes. Embora o estúdio não tenha revelado o tema do projeto, especulações entre fãs e analistas apontam para um possível remake do God of War original, de 2005. Essa hipótese ganha força pela coincidência de o estúdio já ter trabalhado em cenários gregos e modelos de templos para o projeto cancelado, o que facilitaria a reutilização de assets e conceitos visuais. Além disso, a Bluepoint tem um histórico impecável com remakes aclamados, como Shadow of the Colossus (PS4) e Demon’s Souls (PS5), reforçando a expectativa de que a desenvolvedora poderia reviver a saga original de Kratos com tecnologia de nova geração.
A franquia já havia explorado essa ideia de forma experimental em God of War: Ascension (2013), que apresentou um modo multiplayer ambientado em arenas, permitindo que os jogadores lutassem em nome de diferentes deuses. O projeto da Bluepoint, entretanto, parecia buscar algo mais robusto e interconectado, possivelmente inspirado por tendências modernas de jogos cooperativos com progressão e personalização. Se tivesse sido concluído, o título poderia ter expandido o universo mitológico da série, oferecendo novas perspectivas sobre o mundo de Kratos sem depender de sua presença direta como protagonista.
Embora o projeto nunca tenha visto a luz do dia, o vazamento oferece um olhar raro sobre os bastidores da PlayStation Studios, revelando como a empresa experimenta diferentes direções criativas mesmo em suas franquias mais consagradas. O retorno ao cenário grego, a presença de Hades e os elementos cooperativos sugerem que a Bluepoint estava explorando formas de reinventar a fórmula tradicional de God of War sem comprometer sua identidade mitológica. Agora, com o estúdio supostamente voltando seus esforços a um projeto maior, as expectativas por um remake completo do clássico de 2005 estão mais altas do que nunca. Caso isso se concretize, seria não apenas um retorno triunfal de Kratos às suas origens, mas também um gesto simbólico de reconciliação com o passado que moldou toda a identidade do PlayStation.
Fonte: MP1st
