Satya Nadella recebe US$ 96,5 milhões em 2025, ano marcado por demissões em massa na Microsoft

Satya Nadella recebe US$ 96,5 milhões em 2025, ano marcado por demissões em massa na Microsoft

Remuneração bilionária do CEO reflete o avanço da empresa em inteligência artificial e recordes financeiros históricos, apesar das controvérsias internas


O CEO da Microsoft, Satya Nadella, recebeu uma compensação total de US$ 96,5 milhões em 2025, segundo documentos oficiais enviados à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). O valor chama atenção não apenas pela magnitude, mas também pelo contexto em que foi divulgado, já que o mesmo ano foi marcado por demissões de cerca de 15.000 funcionários em diversas divisões da companhia. Dos quase US$ 100 milhões recebidos, cerca de US$ 84 milhões vieram em forma de ações da própria Microsoft, enquanto US$ 9,5 milhões correspondem a incentivos de desempenho.

O salário base anual do executivo é de US$ 2,5 milhões, sem incluir bônus e prêmios adicionais. O pacote total representa uma valorização expressiva em relação aos anos anteriores, impulsionada pelo sucesso da empresa no setor de inteligência artificial, considerado o principal motor de crescimento do grupo.

A força da IA e o impacto financeiro

Em 2025, a Microsoft consolidou sua posição como uma das líderes globais em tecnologia de IA, resultado de investimentos maciços em data centers, chips especializados e infraestrutura de nuvem. O impacto foi direto nas finanças: a empresa registrou US$ 281,7 bilhões em receita anual, um aumento de 15% em relação a 2024. O destaque ficou para o Azure, que cresceu 34%, alcançando US$ 75 bilhões em faturamento e ampliando sua fatia de mercado sobre concorrentes como AWS e Google Cloud. A força do segmento fez com que, em julho, a Microsoft atingisse a marca simbólica de US$ 4 trilhões em valor de mercado, tornando-se a segunda empresa mais valiosa do mundo, atrás apenas da NVIDIA. Embora o valor tenha recuado nos meses seguintes, o desempenho manteve 2025 como um dos anos mais lucrativos da história da companhia.

O relatório que detalha a remuneração de Nadella cita conquistas significativas, incluindo a expansão global da infraestrutura de IA, com 2 gigawatts adicionais de capacidade energética e mais de 400 centros de dados em 70 regiões. A empresa também avançou na computação quântica industrial, destacando o chip Majorana-1, considerado o primeiro com arquitetura topológica voltada a aplicações comerciais. O sucesso do Microsoft Copilot também foi determinante para o crescimento. O assistente de IA ultrapassou 100 milhões de usuários ativos mensais, tornando-se um dos produtos mais populares da empresa. Já o Azure AI Foundry, lançado em 2025, atende mais de 70.000 clientes corporativos, incluindo 80% das empresas da Fortune 500, oferecendo ferramentas para desenvolvimento e gestão de soluções de IA em larga escala.

Liderança em meio à controvérsia

Mesmo com os resultados extraordinários, a remuneração de Nadella gerou debates dentro e fora da empresa, especialmente diante das demissões em massa e da crescente pressão sobre funcionários para adaptação a novos modelos de trabalho automatizados. Ainda assim, o conselho da Microsoft destacou que o CEO foi “fundamental para posicionar a empresa como líder incontestável em inteligência artificial, garantindo um crescimento sustentável baseado em inovação, segurança e responsabilidade corporativa”.

Com um portfólio cada vez mais centrado em IA e computação em nuvem, a Microsoft encerra 2025 reforçando sua presença no topo do setor tecnológico global, ao mesmo tempo em que enfrenta os dilemas éticos e econômicos de uma nova era corporativa movida pela automação.