CEO da Microsoft Gaming destaca a força narrativa, a estética inovadora e a diversidade artística que definem o atual momento dos videogames
Em uma entrevista recente concedida à revista japonesa Famitsu, Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming, compartilhou uma visão ampla e reflexiva sobre o presente e o futuro da indústria dos videogames. O executivo discutiu temas como os próximos consoles da empresa, o papel das franquias históricas da marca (incluindo Halo) e até o aguardado projeto OD, desenvolvido por Hideo Kojima em parceria com a Xbox Game Studios. No entanto, o ponto alto da entrevista veio quando Spencer revelou seu jogo favorito de 2025: o aclamado Clair Obscur: Expedition 33.
Spencer não poupou elogios ao título desenvolvido pela Sandfall Interactive, descrevendo como “uma experiência profundamente emocional e artisticamente impressionante”. Clair Obscur: Expedition 33 se passa em um universo surrealista inspirado no impressionismo francês, onde cores, luzes e sons se entrelaçam em um espetáculo sensorial raro no gênero de RPG. O jogo combina combate por turnos com precisão rítmica, trilha sonora orquestrada e uma narrativa que explora temas como memória, mortalidade e redenção.
“É o tipo de jogo que te faz parar e refletir”, afirmou Spencer à Famitsu. “Mesmo sem fazer parte do nosso portfólio, Clair Obscur se destaca pela originalidade, pela força de sua história e pelo impacto emocional que provoca no jogador.”
A escolha surpreendeu parte do público, especialmente por vir de um executivo de uma das maiores empresas do setor, que preferiu reconhecer um título independente e multiplataforma em vez de um lançamento interno da própria Microsoft.
Outros destaques de 2025 segundo Spencer
Ao longo da entrevista, Phil Spencer também comentou sobre outros lançamentos que marcaram o ano. Entre eles, o tão aguardado Hollow Knight: Silksong, que ele descreveu como “um exemplo de design meticuloso e elegância na construção de mundo”. O jogo, em desenvolvimento pela Team Cherry, segue encantando pela jogabilidade refinada e pela atmosfera única que combina desafio e poesia visual. Outro título mencionado foi Ninja Gaiden: Ragebound, que trouxe de volta a intensidade característica da franquia da Team Ninja. Spencer destacou o combate técnico e fluido, elogiando o retorno às raízes hardcore da série.
O CEO também demonstrou entusiasmo com Death Stranding 2: On the Beach, de Hideo Kojima, chamando de “uma obra de arte interativa”. Segundo Spencer, o jogo é uma “experiência cinematográfica e emocionalmente provocante”, reforçando a admiração que mantém pelo criador japonês, com quem colabora no misterioso projeto OD, em desenvolvimento para Xbox.
Orgulho das produções internas da Microsoft
Entre os títulos first-party do ecossistema Xbox, Spencer elogiou o trabalho da Bethesda Softworks com The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered, chamando-o de “um exemplo de como a nostalgia pode ser modernizada com respeito e sofisticação”. Ele também destacou o sucesso de DOOM: The Dark Ages, apontando o game como um símbolo da qualidade técnica e da consistência criativa que a Microsoft busca em seus estúdios.
“Esses jogos mostram o quanto a Bethesda continua sendo essencial para o DNA da Microsoft Gaming”, comentou. “Eles combinam inovação com respeito às suas raízes, algo que queremos ver em toda a nossa linha de estúdios.”
Ao eleger Clair Obscur: Expedition 33 como seu Game of the Year pessoal, Phil Spencer demonstrou uma visão madura e abrangente sobre o papel dos videogames na cultura contemporânea. Para o executivo, o título simboliza uma nova era de produções que priorizam autoria, emoção e experimentação, equilibrando arte e tecnologia em níveis antes raramente vistos na indústria.
“Acho que estamos vivendo um momento especial”, declarou Spencer. “Os desenvolvedores estão se permitindo correr riscos criativos. E quando um jogo como Clair Obscur surge, ele nos lembra por que fazemos o que fazemos: porque os videogames são, acima de tudo, uma forma poderosa de expressão humana.”
As declarações do CEO também refletem o momento de redefinição estratégica da Microsoft Gaming, que tem investido em diversidade criativa, parcerias globais e novas formas de narrativa interativa. Mesmo com a pressão por resultados financeiros (após a imposição de margens mínimas de lucro) Spencer parece empenhado em manter viva a essência artística dos jogos, equilibrando visão de negócios e paixão pela mídia. Com Clair Obscur: Expedition 33 conquistando a crítica e o público, e Spencer o destacando como o melhor jogo de 2025, a mensagem é clara: o futuro dos videogames pertence não apenas às grandes produções, mas também às experiências que ousam ser diferentes, aquelas que transformam pixels em emoção e tecnologia em arte.
Fonte: Famitsu
