Por 
Movimento faz parte de estratégia para diversificar cadeia produtiva diante de tensões geopolíticas
A Microsoft está estudando transferir a fabricação de componentes e a montagem de seus dispositivos Surface para outros países, segundo um relatório publicado pelo Nikkei Asia. A empresa ainda não revelou quais seriam os destinos finais das operações, mas a decisão reforça uma tendência de realocação global observada entre grandes companhias de tecnologia. O movimento não se restringe apenas aos dispositivos Surface. A Microsoft já começou a deslocar parte da produção de servidores para fora da China e avalia estratégias semelhantes para a fabricação dos consoles Xbox, com o objetivo de reduzir a concentração da cadeia produtiva em um único território e minimizar riscos estratégicos.
Outras gigantes do setor também estão adotando medidas semelhantes. A Apple, por exemplo, planeja produzir uma nova linha de dispositivos domésticos inteligentes no Vietnã, incluindo versões atualizadas do HomePod com tela de 7 polegadas, câmeras de segurança e um robô de mesa equipado com inteligência artificial. Essas iniciativas refletem uma estratégia de mitigação de riscos frente a instabilidades políticas e comerciais.
Pressões geopolíticas e comerciais
A decisão da Microsoft ocorre em um contexto de crescentes tensões entre Estados Unidos e China, especialmente após restrições impostas por Pequim à exportação de metais raros, fundamentais para a fabricação de semicondutores e outros componentes tecnológicos. Como resposta, o então presidente Donald Trump ameaçou aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, que poderiam atingir 130% de taxas caso fossem implementadas.
Analistas de mercado indicam que essas medidas de relocação podem aumentar os custos de produção a curto prazo, mas fortalecerão a resiliência da cadeia produtiva das empresas a longo prazo, reduzindo dependência de um único país e permitindo maior flexibilidade diante de mudanças políticas ou comerciais internacionais. A Microsoft ainda não divulgou um cronograma oficial para a transferência da produção, mas fontes indicam que os processos de avaliação já estão avançados, com negociações em andamento para identificar parceiros e instalações em outras regiões da Ásia e possivelmente em países da América Latina ou Europa.
Fonte: Wccftech