A princípio, a Capcom não via sentido em trazer de volta os clássicos originais da franquia. Mas a insistência da GOG — e a força da nostalgia — mudaram tudo.
Quando a Capcom decidiu relançar os três primeiros Resident Evil, muita gente comemorou o retorno dos clássicos do survival horror em suas versões originais. Mas, segundo Marcin Paczynski, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da GOG, essa decisão quase não aconteceu. Em entrevista recente, ele revelou que o estúdio japonês estava cético quanto à ideia de disponibilizar a trilogia original nas plataformas modernas.
Por que a Capcom hesitou
Tudo começou quando a GOG propôs trazer de volta Resident Evil Director’s Cut (1996), Resident Evil 2 e Resident Evil 3: Nemesis em versões otimizadas para PCs atuais. No entanto, a Capcom inicialmente rejeitou o projeto, argumentando que os remakes e remasterizações recentes já ofereciam “a experiência definitiva” dos três jogos.
“Esse foi o principal contra-argumento deles”, contou Paczynski.
“Eles diziam: ‘Temos os remakes — são versões superiores. Por que voltar aos originais?’”
Para os executivos, relançar os clássicos parecia redundante. Mas a GOG insistiu, apelando para um fator poderoso: a nostalgia. Segundo Paczynski, foi preciso convencer a Capcom de que havia um público fiel que desejava reviver as experiências originais — pixel por pixel, tanque por tanque.
“Precisamos lembrá-los de que existe uma geração de fãs que cresceu com esses jogos e quer jogá-los novamente, exatamente como eram”, explicou.
“Felizmente, conseguimos convencê-los. Eles confiaram em nós para trabalhar com uma de suas maiores franquias.”
O retorno triunfal
A aposta valeu a pena. Assim que os jogos chegaram à GOG e à PlayStation Store, o sucesso foi imediato. Paczynski revelou que a trilogia obteve cerca de 94% de avaliações positivas no GOG — reflexo direto do entusiasmo dos fãs.
Nas lojas da PlayStation, o cenário foi semelhante: dependendo do título, as notas médias variam entre 4,68 e 4,84 estrelas (de 5 possíveis). O público provou que a nostalgia ainda tem um peso enorme, e que o charme retrô dos corredores de Raccoon City continua irresistível mesmo quase três décadas depois.
A resistência inicial da Capcom mostra o quanto o mercado moderno às vezes subestima o valor da história dos games. Felizmente, a insistência da GOG resgatou uma parte essencial da herança de Resident Evil. E, se os números dizem algo, é que o terror dos anos 90 continua vivo — e mais cultuado do que nunca.
Fonte: TheGameBusiness