EA reafirma compromisso com autenticidade em seu próximo título, em contraste com mudanças na abordagem da Activision para Call of Duty: Black Ops 7.
A disputa pelo protagonismo entre as principais franquias de FPS do mercado ganha novos contornos com as recentes declarações da EA e a mudança de direção da Activision. Enquanto Battlefield 6 reforça seu foco em realismo militar e combate autêntico, Call of Duty anunciou o abandono dos planos de skins fantasiosas em Black Ops 7 após a reação negativa de sua base de jogadores.
Segundo Christian Buhl, diretor técnico de Battlefield 6, a intenção do estúdio é clara: criar um jogo “realista e cru”. Em entrevista à IGN, ele afirmou:
“Queremos ser um shooter realista e cru. Outros jogos podem e devem ser o que quiserem, certo? [risos] Como, não sei… Fortnite é bastante caricato, e aquele jogo é muito bom. Então, estamos satisfeitos com nossa posição. Somos um shooter realista, cru e com os pés no chão. É isso que pretendemos ser, e é assim que o jogo vai parecer por um bom tempo.”
A frase “por um bom tempo” levantou especulações sobre a possibilidade de a EA eventualmente explorar monetização via cosméticos mais extravagantes, uma prática comum no setor. No entanto, Matthew Nickerson, designer de combate para consoles, reforçou que o estúdio seguirá seu próprio caminho.
“Não estamos perseguindo tendências. Não estamos perseguindo outros produtos. Aqueles [itens do evento Road to Battlefield 6] são 30 skins premium que darão aos jogadores uma amostra do que está por vir quando falamos sobre cosméticos na linha de produtos do Battlefield 6. De uma perspectiva de design, estamos fazendo o nosso próprio caminho.”
Cosméticos com funcionalidade tática
O evento Road to Battlefield 6, realizado em Battlefield 2042, já exemplifica a abordagem planejada pela EA. Ao contrário de skins fantasiosas ou exageradas, os itens seguem um padrão mais sóbrio, com foco em camuflagens realistas e equipamentos táticos. Os jogadores poderão encontrar capacetes diferenciados, padrões de camuflagem para veículos e tanques com estilos mais discretos, mantendo a imersão no combate militar.
Essa filosofia contrasta com tendências de outros títulos do gênero, onde cosméticos muitas vezes priorizam elementos caricatos ou absurdos. A Activision, por exemplo, recuou com Call of Duty: Black Ops 7, alterando skins anunciadas anteriormente e prometendo que futuras adições respeitarão o estilo artístico do jogo. A mudança veio após críticas da comunidade, que rejeitou a introdução de elementos fantasiosos que destoavam da experiência de guerra realista tradicional da franquia.
Realismo como diferencial competitivo
O posicionamento de Battlefield 6 evidencia que a EA busca se consolidar junto a jogadores que valorizam a autenticidade e a estratégia militar. Com essa postura, o estúdio diferencia sua proposta dentro de um gênero frequentemente marcado pelo excesso estético, apostando que o público prefere uma experiência mais tática e imersiva em detrimento de elementos visuais chamativos.
Se mantida essa linha, Battlefield 6 poderá se firmar como referência de realismo em FPS, criando um contraste nítido com concorrentes que seguem abordagens mais fantasiosas ou voltadas para monetização de cosméticos extravagantes. A estratégia da EA reforça a ideia de que, mesmo em um mercado saturado por adições estéticas e eventos temporários, há espaço para autenticidade e profundidade tática como pilares centrais da experiência do jogador.
Fonte: PC Gamer