Crash Bandicoot N. Sane Trilogy: Co-criador critica mecânica de salto do remake e reacende debate entre fãs

Crash Bandicoot N. Sane Trilogy: Co-criador critica mecânica de salto do remake e reacende debate entre fãs

A Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, lançada em 2017, marcou o retorno triunfal de um dos mascotes mais icônicos da era PlayStation. Com gráficos repaginados e trilha sonora nostálgica, o remake dos três primeiros jogos da franquia reacendeu a paixão dos fãs e pavimentou o caminho para Crash Bandicoot 4: It’s About Time, lançado em 2020.

Recentemente, Andrew Gavin, um dos co-criadores da série original, reacendeu uma antiga crítica dos fãs ao comentar, em uma publicação no LinkedIn (via GamesRadar), o que considera o principal defeito da trilogia remasterizada: a mecânica de pulo.

“Eles acertaram quase tudo — exceto os 30 milissegundos mais importantes.”

Segundo Gavin, embora a desenvolvedora Vicarious Visions tenha feito um excelente trabalho visual, fiel ao espírito dos jogos clássicos, a física dos saltos foi alterada de forma crucial — e negativa.

O que mudou no pulo de Crash?

No PlayStation original, o controle contava apenas com botões digitais, sem sensibilidade de pressão. Para contornar isso, a Naughty Dog implementou um sistema engenhoso: a altura do pulo variava conforme o tempo que o botão era pressionado. Isso permitia saltos mais precisos e ajustáveis, algo essencial em um jogo de plataforma.

Na N. Sane Trilogy, no entanto, os desenvolvedores optaram por um sistema fixo. Inicialmente, isso fez com que muitos saltos clássicos ficassem impossíveis de realizar. A solução? Tornar todos os pulos no remake automaticamente na altura máxima.

Mas, para Gavin — e muitos jogadores — isso resultou em pulos “flutuantes”, que deixam o personagem leve demais, atrapalhando a precisão entre plataformas e prejudicando a sensação de controle.

“A mecânica de salto no remake parece pior do que no original de 1996 — mesmo rodando em um hardware mil vezes mais poderoso.”

Um detalhe técnico que muda tudo

Os “30 milissegundos” citados por Gavin representam o pequeno intervalo de tempo entre o comando do jogador e a resposta do personagem. É nesse espaço minúsculo que a fluidez e a naturalidade do salto original se perdem no remake. E embora pareça uma crítica técnica, o impacto na jogabilidade é sentido imediatamente por quem cresceu com a trilogia clássica.

A crítica de Gavin traz à tona a importância dos pequenos detalhes nos remakes. Um salto mal calibrado pode transformar nostalgia em frustração — especialmente em uma franquia que exige precisão milimétrica. Resta saber se lições como essa serão levadas em conta nos futuros passos de Crash.