Mais um capítulo amargo no atual momento turbulento da Xbox Game Studios. Após uma nova onda de demissões promovida pela Microsoft, que pode ter afetado cerca de 9 mil funcionários, veio à tona o cancelamento de Blackbird, um ambicioso MMO de ficção científica em desenvolvimento desde 2018 pela ZeniMax Online Studios.
Sindicato critica decisão e lamenta perdas
Embora os trabalhadores da ZeniMax ainda não tenham sido formalmente demitidos, o sindicato ZeniMax Online Studios United (ZOSU) — que representa os times de The Elder Scrolls Online e do agora extinto Blackbird — emitiu um comunicado contundente. No texto, a organização expressa frustração com o fim do projeto e alerta para a possível demissão de parte da equipe envolvida.
“Não há dúvida de que muitos de nós tiveram seus futuros roubados, e nossa comunidade nunca verá esse grande jogo. Apesar das conversas sobre nossa permanência, a verdade é que ainda não fomos demitidos — mas estamos no escuro.”
-declarou o sindicato.
Segundo o ZOSU, os cortes aconteceram sem aviso prévio e sem transparência por parte da liderança da Microsoft. Eles também afirmaram que estão negociando para que, caso haja desligamentos, os desenvolvedores saiam com dignidade e apoio.
Blackbird empolgava internamente — mas isso não bastou
O projeto Blackbird nunca foi anunciado oficialmente, mas vinha sendo construído em silêncio há anos. A ZeniMax chegou a desenvolver um motor gráfico próprio para o jogo, sinalizando a escala e ambição da produção. De acordo com apuração da Bloomberg, até Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, estava animado com o título. Durante uma demonstração interna, ele teria se empolgado tanto que tentaram arrancar o controle de suas mãos — e, mesmo assim, o jogo foi cancelado poucas semanas depois.
A revelação do fim de Blackbird agrava ainda mais o clima de insegurança que paira sobre os estúdios da Microsoft, especialmente diante da estratégia da empresa de investir cada vez mais pesado em inteligência artificial e reorganizações corporativas.