Análise Atlas – Netflix

Análise Atlas – Netflix

Seguindo a minha onda de filmes de ficção científica resolvi assistir Atlas que é uma produção original Netflix, o que será que achei desse filme?

Dirigido por Brad Peyton (Terremoto: A Falha de San Andreas, Rampage), Atlas é um filme de ficção científica de 2024 e estrelado por Jennifer Lopez, Simu Liu, Sterling K. Brown e Mark Strong. O longa segue a tendência de produções da Netflix que investem em grandes nomes para liderar blockbusters de ação e ficção científica e será que emplaca mesmo?

A trama gira em torno de Atlas, uma analista de dados com grande desconfiança em relação às inteligências artificiais. Quando Harlan, uma IA rebelde, ameaça a humanidade, ela se vê forçada a trabalhar com outra IA chamada Smith para impedir que Harlan extermine a humanidade com seus planos de repopular o planeta a sua maneira.

O filme tenta abordar temas como a relação entre humanos e máquinas, confiança na tecnologia e a ética da inteligência artificial.

Narrativa e desenvolvimento dos personagens

A estrutura da história segue um padrão bastante conhecido da ficção científica: uma protagonista relutante e traumatizada que precisa superar seus medos para trabalhar com aquilo que despreza.

Atlas Shepherd é apresentada como uma personagem solitária e cética. Seu medo das IAs é justificado por um trauma do passado que para mim ficou bem previsível e só se confirma no final, algo bem comum em filmes que abordam esse tema e se você assistir vai entender.

Harlan, o vilão, representa um estereótipo clássico do gênero: a inteligência artificial que se rebela contra seus criadores e nada é explorado, isso o deixa sem brilho neste filme.

Smith, a IA aliada de Atlas, acaba sendo a parte mais interessante do filme. Sua interação com a protagonista gera momentos de leveza e algumas reflexões sobre a relação entre humanos e máquinas e me divertiu bastante o quanto o filme tenta passar essa relação entre os dois, que funciona.

Apesar de pouco inovador, a jornada de Atlas com Smith é muito interessante pelas camadas e abordagens de temas que refletem o nosso mundo atual.

Temas e reflexões

O filme tenta explorar a ideia de que o medo da tecnologia pode ser irracional, mas a execução é bem superficial. Ao invés de discutir os perigos e benefícios das IAs de forma complexa para de entender o momento do filme, a narrativa simplifica o conflito entre Altas e Harlan, o relacionamento entre os dois poderia ter sido mais trabalhado.

O filme sugere que a IA pode ser uma aliada confiável, mas não explora as implicações disso em um nível mais filosófico, apenas coloca na sua frente que é isso e ponto.

A ideia de que uma IA pode se revoltar contra a humanidade já foi explorada em muitos filmes.  Atlas não adiciona novos questionamentos ou reviravoltas ao tema, deixando no ar ser apenas mais um filme com essa abordagem.

Visual, direção e atuações

O design do filme segue um padrão futurista genérico. As cenas de ação são bem coreografadas, e os efeitos visuais são competentes, mas sem inovação. 

Brad Peyton entrega uma direção funcional, o ritmo do filme é irregular, com momentos arrastados no meio da história e uma conclusão apressada.

Sobre a atuação de Jennifer Lopez, no começo achei ela bem ok e sem muita profundidade, mas entrega um trabalho bem bacana e sólido, sendo que certos momentos sinto uma falta de interação mais confortável e menos forçada com a IA Smith.

Simu Liu como Harlan é uma atuação apagada por causa do roteiro, ele é apenas o vilão e ponto, seus ideais, ambição e revolta com a humanidade são bem superficiais.

Considerações finais

Atlas não é um desastre total, mas também não se destaca no gênero. Para quem gosta de ficção científica leve e filmes de ação com efeitos visuais competentes, pode ser um entretenimento razoável. No entanto, para quem busca uma história inovadora ou reflexões profundas sobre IA, o filme deixa a desejar, mas no final vale a pena assistir meus consagrados e tirar suas conclusões.

Atlas – Netflix

Atlas não é um desastre total, mas também não se destaca no gênero. Para quem gosta de ficção científica leve e filmes de ação com efeitos visuais competentes, pode ser um entretenimento razoável. No entanto, para quem busca uma história inovadora ou reflexões profundas sobre IA, o filme deixa a desejar, mas no final vale a pena assistir meus consagrados e tirar suas conclusões.
7
Mediano