Originalmente planejado para chegar ao PlayStation 3 em 2011, The Last Guardian, do visionário Fumito Ueda, criador de ICO e Shadow of the Colossus, enfrentou uma longa e conturbada jornada de desenvolvimento. Somente em dezembro de 2016 o jogo foi finalmente lançado, já para o PlayStation 4, graças à determinação de Shuhei Yoshida, então presidente da SIE Worldwide Studios.
Problemas Técnicos no PS3 e a visão ambiciosa de Ueda
O jogo, que encantou com sua proposta artística e narrativa emocional, teve sérias dificuldades técnicas no PlayStation 3. Segundo Yoshida, em entrevista ao IGN, a visão de Ueda era ousada demais para o hardware da época.
“Os jogos de Ueda têm uma visão. Ele queria que Trico, a criatura central do jogo, se movesse de forma realista, mas o PS3 simplesmente não conseguia lidar com isso. A taxa de quadros ficava entre 10 e 15 fps, e não importava o que fizéssemos, o desempenho não melhorava.”
-explicou Yoshida.
As limitações do console tornaram impossível atingir os padrões desejados, levando a equipe a tomar uma decisão difícil: migrar o desenvolvimento para o PlayStation 4. Contudo, isso significou recomeçar a programação do zero, o que ampliou ainda mais o tempo e os custos de produção.
A Determinação de Yoshida e o compromisso com os fãs
Apesar dos desafios, Yoshida acreditava firmemente na importância de concluir o projeto. Ele destacou sua motivação em dar vida à visão de Ueda, pensando nos fãs que aguardavam ansiosamente por um novo título à altura de ICO e Shadow of the Colossus.
“Eu sabia que, independentemente das dificuldades, precisávamos lançar o jogo. Passei essa mensagem à equipe e os incentivei a continuar até o fim”
-afirmou Yoshida.
Em um cenário típico, The Last Guardian poderia ter sido cancelado, mas o compromisso da Sony em apoiar a obra foi decisivo para sua conclusão.
O Resultado: Uma experiência memorável
O lançamento de The Last Guardian em 2016 foi recebido com entusiasmo por jogadores e críticos. A combinação de narrativa emotiva, ambientação única e a relação entre o protagonista e Trico conquistou uma legião de fãs. A obra é lembrada como uma experiência especial e marcante, reforçando o legado de Fumito Ueda no mundo dos games.
Mesmo após os desafios técnicos e anos de atraso, The Last Guardian continua sendo um exemplo de como a paixão e a dedicação podem transformar dificuldades em uma obra-prima atemporal.