Relatos indicam que o estúdio teria imposto horas extras obrigatórias para cumprir prazos internos e manter o projeto dentro da janela de lançamento prevista
Um novo capítulo turbulento parece ter surgido nos bastidores da Naughty Dog. Segundo um relatório recente com base em fontes internas e no jornalista Jason Schreier, do Bloomberg, o estúdio responsável por clássicos como The Last of Us e Uncharted voltou a recorrer ao crunch — horas extras obrigatórias — durante o desenvolvimento de Intergalactic: The Heretic Prophet para cumprir metas internas de produção.
O jogo, que foi anunciado no The Game Awards de 2024 como uma ambiciosa nova propriedade intelectual de ficção científica exclusiva para PlayStation 5, ainda permanece envolto em mistério e carece de detalhes extensos desde seu primeiro trailer. A necessidade urgente de completar uma demonstração técnica exigida por Sony para uma revisão interna teria sido o principal motivo para a decisão de exigir horas extras dos desenvolvedores.
O que está acontecendo nos escritórios
Fontes relatam que, desde o fim de outubro, a equipe foi instruída a registrar pelo menos oito horas extras por semana, elevando a carga a praticamente 60 horas semanais. Além disso, medidas como retorno obrigatório ao escritório cinco dias por semana substituíram o modelo híbrido anterior, que permitia até três dias de home office.
Segundo insiders, essas medidas impactaram fortemente o cotidiano da equipe, que já vinha enfrentando atrasos no cronograma e pressão para demonstrar progressos significativos no projeto.
Preocupações com o futuro do desenvolvimento
Embora a direção tenha informado que a situação deve normalizar após a entrega dessa demo — com a equipe retornando ao regime de três dias no escritório até o fim de janeiro, muitos funcionários temem que esse episódio de crunch seja apenas o começo de uma cultura de horas extras recorrentes até o lançamento. O jogo ainda mira um lançamento em meados de 2027, de acordo com as mesmas fontes, levantando dúvidas sobre o ritmo de produção nos próximos anos.
Esse não seria o primeiro confronto da Naughty Dog com críticas sobre condições de trabalho: durante o desenvolvimento de The Last of Us Part II, o estúdio enfrentou acusações semelhantes, levando a promessas públicas de reformas nos processos internos.
Até o momento, nem a Sony nem a Naughty Dog se pronunciaram oficialmente sobre o relato.
Fonte: Bloomberg
