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Embora Stellar Blade tenha sido lançado como um exclusivo de console para PlayStation 5 e, posteriormente, tenha chegado ao PC, o título de ação desenvolvido pela sul-coreana Shift Up não deve aparecer no ecossistema Xbox — e o motivo pode ir além da simples exclusividade contratual.
Segundo analistas da indústria, as diretrizes de design inclusivo adotadas pela Microsoft em 2024 podem representar um obstáculo para a chegada do jogo à plataforma. Publicadas no portal oficial de suporte aos desenvolvedores sob o título “Ação de Inclusão de Produto: Ajude os Clientes a se Sentirem Vistos”, as orientações incentivam a criação de personagens femininas menos objetificadas e mais alinhadas a representações realistas.
Entre os tópicos abordados, a Microsoft recomenda que os criadores evitem:
- Reforçar estereótipos de gênero negativos;
- Criar personagens femininas com habilidades inferiores às masculinas;
- Vestimentas inadequadas ao papel das personagens;
- Proporções corporais exageradas.
Visual de Eve entra em conflito com recomendações
A protagonista de Stellar Blade, Eve, chamou atenção por seu visual ousado — com curvas marcantes, roupas justas e estética amplamente inspirada nos padrões estilizados de jogos asiáticos. Embora isso tenha agradado boa parte da base de fãs, esse tipo de design poderia ser visto como conflitante com os princípios defendidos nas diretrizes de design inclusivo da Microsoft.
Ainda que as orientações da empresa não sejam obrigatórias, fontes da indústria indicam que elas influenciam decisões comerciais e editoriais, especialmente em projetos de parceria ou em destaque dentro do ecossistema Xbox.
Cultura, contratos e ideologia
Oficialmente, Stellar Blade é uma propriedade publicada pela Sony Interactive Entertainment, o que por si só já justificaria sua ausência no Xbox. No entanto, a discussão em torno das diretrizes de inclusão da Microsoft levanta um debate maior sobre os valores culturais e comerciais que guiam as grandes plataformas de games.
Enquanto a Sony adota uma postura mais aberta à estética visual do título — que se alinha a certos padrões comuns em jogos asiáticos —, a Microsoft parece preferir uma abordagem mais cautelosa, voltada à inclusão e à responsabilidade social.
Debate deve seguir no centro da indústria
A ausência de Stellar Blade no Xbox, portanto, pode ser resultado de múltiplos fatores, desde acordos de exclusividade até visões distintas sobre representação de gênero nos jogos. O caso reacende discussões sobre a influência de políticas internas na curadoria de conteúdo e pode moldar futuras decisões de publicação entre desenvolvedoras e plataformas.
Fonte: NicheGamer
Fonte: Archive