Reggie Fils-Aimé declara o fim da “guerra dos consoles” e vê Microsoft como uma publicadora third-party

Reggie Fils-Aimé declara o fim da “guerra dos consoles” e vê Microsoft como uma publicadora third-party

Ex-presidente da Nintendo afirma que o mercado de jogos vive uma nova era de colaboração, onde a disputa entre PlayStation, Xbox e Nintendo perdeu relevância direta.


O ex-presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aimé, acredita que a clássica “guerra dos consoles” (que marcou décadas de rivalidade entre Sony, Microsoft e Nintendo) já é coisa do passado. Em entrevista ao portal The Game Business, o executivo afirmou que o cenário atual é de cooperação e integração, com a Microsoft deixando de atuar como uma concorrente direta da Sony e da própria Nintendo para assumir um papel mais próximo de uma grande publicadora third-party. De acordo com Reggie, o Xbox já não compete mais no mesmo campo de batalha do PlayStation, especialmente após a mudança de estratégia da Microsoft, que vem expandindo seus jogos para múltiplas plataformas.

Ele destacou que o ecossistema Xbox depende, em parte, do suporte da própria Sony, uma vez que muitos títulos da Microsoft agora chegam também ao PlayStation 5, ampliando o alcance e as vendas dos produtos da empresa. A fala do ex-presidente reforça o novo momento da indústria, marcado por colaborações históricas entre marcas rivais. Um dos exemplos mais simbólicos é o anúncio de que Halo: Combat Evolved, ícone da franquia Xbox, será lançado para o PS5 em 2026; algo que, há poucos anos, seria impensável e que muitos consideram o fim simbólico da rivalidade entre as duas gigantes.

Microsoft pode expandir ainda mais sua presença no Switch

Durante a entrevista, Reggie também sugeriu que a Microsoft poderia se beneficiar ao levar mais de seus jogos para o Nintendo Switch, além de Minecraft, que já é um sucesso consolidado na plataforma. Ele destacou que o Switch 2, próximo console da Nintendo, ainda carece de grandes títulos third-party, o que abre espaço para uma parceria mais estreita entre as empresas. Apesar de decretar o fim da guerra entre consoles, Reggie ressaltou que a competição não desapareceu, apenas mudou de forma. Segundo ele, a verdadeira disputa agora é pelo tempo e pela atenção dos jogadores, que possuem orçamentos e horários limitados.

“Os jogadores têm recursos finitos. A guerra continua, mas não entre hardware e sim entre plataformas, serviços e conteúdos capazes de prender a atenção do público”, afirmou.

Essa perspectiva está em linha com a visão recente da própria Microsoft, que passou a citar Netflix, YouTube e TikTok como seus principais concorrentes na indústria do entretenimento digital. Para Reggie, isso mostra que o mercado de games evoluiu para um ecossistema interconectado, onde o engajamento constante vale mais do que a venda de consoles em si. Com isso, o antigo dirigente da Nintendo reforça uma tendência que vem ganhando força: a de que o futuro dos videogames não está em quem vende mais hardware, mas sim em quem consegue capturar e manter a atenção dos jogadores em um mundo cada vez mais competitivo e fragmentado.

Fonte: GamesRadar