Ex-vice-presidente da Konami detalha encontro entre criador e as Wachowski antes da negativa da empresa
Hideo Kojima esteve muito próximo de criar um jogo baseado na icônica franquia Matrix, após receber um convite pessoal de Lana e Lilly Wachowski. A revelação foi feita em entrevista de Christopher Bergstresser, ex-vice-presidente de licenciamento da Konami Digital Entertainment, à Time Extension. Segundo ele, as diretoras da saga cinematográfica demonstraram grande admiração pelo trabalho de Kojima e organizaram um encontro presencial para discutir a possibilidade. A reunião contou com a presença de Hideo Kojima, Aki Saito, atual chefe de comunicações da Kojima Productions, Bergstresser e Kazumi Kitaue, então CEO da Konami. Lana e Lilly Wachowski chegaram acompanhadas de seu artista conceitual e foram diretas.
“Queremos muito que você faça o jogo de Matrix. Pode fazer isso?”
De acordo com Bergstresser, a proposta foi traduzida por Saito, mas a resposta de Kitaue foi imediata e definitiva: um claro “não”. Apesar da negativa, a equipe ainda participou da première japonesa do filme e da festa subsequente, mas o interesse de Kojima pelo projeto continuou intenso, gerando grande decepção entre seus colaboradores.
Contexto do período
Na época, Kojima já estava profundamente envolvido em outros projetos de grande escala. Metal Gear Solid 2 estava em pleno desenvolvimento, com produção em larga escala prevista para junho de 1999, enquanto Zone of the Enders também estava sendo supervisionado, com lançamento marcado para 2001. Esses compromissos podem ter influenciado a decisão da Konami de recusar oficialmente o projeto de Matrix, apesar do entusiasmo de Kojima. O episódio levanta especulações sobre como seria a visão do criador para o universo de Matrix, conhecido por sua complexidade narrativa e mecânicas inovadoras.
Se aprovado, o jogo poderia ter mesclado o estilo cinematográfico das Wachowski com a abordagem ousada de Kojima em narrativa interativa, possivelmente redefinindo o conceito de adaptações de filmes para games. Apesar da negativa da Konami, o episódio permanece como uma das histórias mais fascinantes sobre oportunidades perdidas na história dos videogames, mostrando como decisões corporativas podem impedir colaborações entre criadores icônicos e franquias cinematográficas de grande impacto.
Fonte: GamesRadar
