Trabalhadores alegam falta de representação e manifestam preocupação com impactos em estúdios e carreiras
Os funcionários da Electronic Arts, em conjunto com o sindicato Communications Workers of America (CWA), emitiram um pronunciamento crítico à aquisição da empresa por um grupo de investidores privados avaliado em US$55 bilhões. O grupo inclui o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e a Affinity Partners, de Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump. Segundo os trabalhadores, a negociação não contou com participação dos colaboradores, que agora demonstram preocupação com possíveis consequências para seus empregos e estúdios.
Empresa financeiramente sólida, segundo os funcionários
No comunicado, os trabalhadores lembram que a EA apresenta resultados financeiros robustos, com receitas anuais de US$7,5 bilhões e lucros superiores a US$1 bilhão, reforçando que a companhia não enfrenta dificuldades que justifiquem a venda.
“Nós, que construímos o sucesso da EA, não tivemos voz nas negociações e estamos preocupados com o futuro de nossos estúdios e carreiras”, afirmam os funcionários.
O sindicato alerta para o risco de demissões e fechamento de estúdios considerados “menos lucrativos”, que desempenham papel importante na reputação e na qualidade dos produtos da EA.
“Qualquer decisão de reduzir pessoal ou encerrar estúdios seria motivada por interesses financeiros dos investidores e não por necessidade estratégica da empresa”, destaca o comunicado.
Mobilização e petição
Em resposta, os trabalhadores lançaram uma petição oficial solicitando que reguladores e autoridades avaliem cuidadosamente a transação, garantindo proteção aos empregos, liberdade criativa e envolvimento dos funcionários nas decisões estratégicas. Segundo os organizadores, a iniciativa busca assegurar que a indústria de jogos continue focada em trabalhadores e jogadores, e não apenas no lucro de investidores bilionários.
A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) não se pronunciou sobre a aquisição. Relatórios da imprensa indicam que a transação deve avançar sem grandes obstáculos regulatórios, com algumas fontes sugerindo que a influência política dos investidores envolvidos pode reduzir a fiscalização. A manifestação dos funcionários da EA destaca a tensão crescente entre grandes transações corporativas e a preservação da força de trabalho e da cultura criativa dentro da indústria de videogames, apontando para debates sobre responsabilidade e governança em operações desse porte.
Fonte: Eurogamer