Marc-Alexis Coté deixa a Ubisoft após quase duas décadas à frente de Assassin’s Creed

Marc-Alexis Coté deixa a Ubisoft após quase duas décadas à frente de Assassin’s Creed

Executivo encerra uma era na companhia francesa em meio à criação da Vantage Studios e mudanças estruturais profundas


Marc-Alexis Coté, um dos principais responsáveis pela consolidação da franquia Assassin’s Creed, deixou oficialmente a Ubisoft após quase vinte anos de contribuição. A saída do veterano foi confirmada em um comunicado interno distribuído aos funcionários, marcando o fim de uma das trajetórias mais influentes na história recente da empresa francesa.

Um pilar na história de Assassin’s Creed

Desde 2022, Coté ocupava o cargo de vice-presidente e produtor executivo da franquia, atuando como uma das figuras centrais na definição da estratégia criativa e comercial de longo prazo da série. Sua passagem pela Ubisoft foi marcada por projetos de grande relevância, incluindo Assassin’s Creed III (2012), onde atuou como co-diretor, Assassin’s Creed: Syndicate (2014), do qual foi diretor criativo, e uma sequência de produções que ajudaram a moldar a identidade moderna da marca.

Mais do que um produtor, Coté desempenhou o papel de mentor para equipes de desenvolvimento e articulador da visão global de Assassin’s Creed, especialmente durante o período de transição para a estrutura multiplataforma e multiplano do projeto Infinity, que promete unificar o universo da franquia em uma única experiência integrada.

Saída em meio a mudanças profundas

A decisão de Coté ocorre em um momento estratégico, logo após a Ubisoft anunciar a criação da Vantage Studios, uma nova subsidiária dedicada à inovação e à gestão de algumas de suas principais propriedades intelectuais. A divisão, parcialmente controlada pela gigante chinesa Tencent, foi concebida para acelerar processos criativos e modernizar a estrutura de produção da companhia. De acordo com o comunicado interno assinado por Charlie Guillemot e Christophe Derennes, co-CEOs da Vantage Studios, Marc-Alexis Coté optou por não aceitar uma posição de liderança na nova organização.

“Embora estejamos desapontados com sua decisão, entendemos e respeitamos que Coté tinha suas próprias expectativas e prioridades relacionadas à criação e ao futuro da Vantage Studios”, diz o trecho. “Apesar das oportunidades oferecidas, ele preferiu seguir um novo caminho.”

Reconhecimento e legado

A Ubisoft também divulgou uma nota pública em que agradece ao executivo por suas quase duas décadas de contribuição.

“Estamos profundamente gratos pelo impacto que Marc-Alexis teve ao longo dos anos, particularmente em transformar a marca Assassin’s Creed no que é hoje. Sua liderança, criatividade e dedicação deixaram uma marca duradoura em nossas equipes e em nossos jogadores”, declarou a empresa.

Coté foi uma das vozes mais consistentes em defesa da visão narrativa e histórica de Assassin’s Creed, equilibrando ambição comercial com autenticidade cultural. Sob sua direção, a série expandiu seu alcance global, explorando civilizações diversas, da Grécia Antiga ao Japão Feudal, e redefinindo o conceito de RPG histórico dentro dos jogos de mundo aberto.

Um novo futuro para Assassin’s Creed

Com a saída de Marc-Alexis Coté, o comando de Assassin’s Creed passa oficialmente para a Vantage Studios, que agora assume responsabilidade direta pelo futuro da franquia e de outras propriedades importantes da Ubisoft. Em comunicado, os novos líderes destacaram a intenção de “escrever o próximo capítulo” da saga, com foco em experiências “imersivas, evolutivas e guiadas pelo feedback dos jogadores”.

A transição marca um ponto de virada na história da Ubisoft. A criação da Vantage Studios representa uma tentativa de revitalizar o modelo de gestão e garantir que marcas de peso, como Assassin’s Creed, continuem relevantes em um mercado em constante transformação. A saída de Coté encerra um ciclo de quase vinte anos de contribuição criativa e estratégica, deixando a Ubisoft diante de um novo desafio: manter viva a essência de Assassin’s Creed enquanto adapta sua estrutura às demandas de uma indústria mais dinâmica e competitiva.

Fonte: VGC