Exclusivos já não definem mais os consoles, afirma analista do mercado de games

Exclusivos já não definem mais os consoles, afirma analista do mercado de games

Durante décadas, os jogos exclusivos foram considerados a principal arma na guerra dos consoles. Títulos como Halo, The Last of Us e Zelda sempre foram utilizados para atrair consumidores e justificar a compra de um sistema específico. No entanto, esse modelo começa a dar sinais de esgotamento. Segundo o analista de mercado Mat Piscatella, a indústria está passando por uma transformação, onde o conteúdo precisa seguir o jogador e não o contrário.

Ecossistema importa mais que exclusividade

De acordo com Piscatella, a ideia de que um jogo exclusivo pode fazer um jogador migrar para outro console está ultrapassada.

“As pessoas estão enraizadas em seus sistemas. Compram consoles pelo ecossistema, pela lista de amigos. Já passamos muito do ponto em que exclusivos convencem alguém a mudar de plataforma”, afirmou o analista.

Esse cenário explica por que Microsoft e Sony vêm suavizando suas políticas de exclusividade. A primeira já levou títulos como Hi-Fi Rush, Sea of Thieves e Forza Horizon 5 para o PlayStation, enquanto a segunda aposta em experiências como LEGO Horizon Adventures chegando ao Switch e Helldivers 2 a caminho do Xbox.

Concorrência acirrada e novos hábitos

Piscatella também destaca que o mercado atual é muito mais competitivo, especialmente com a ascensão dos jogos como serviço.

“Hoje, os games disputam cada minuto disponível do jogador. E a única forma de vencer é levar o conteúdo até onde as pessoas estão.”

Essa mudança também é motivada pela crescente fidelização a plataformas específicas. Um jogador que passa anos construindo bibliotecas digitais, troféus e comunidades em uma plataforma tende a permanecer nela — e empresas que ignoram isso correm o risco de perder relevância.

E a Nintendo?

Embora a Nintendo continue firme em sua política de manter seus títulos exclusivos, até mesmo empresas próximas do seu ecossistema parecem dispostas a explorar novos caminhos. O jornalista Christopher Dring aponta, por exemplo, que a The Pokémon Company tem ampliado seu alcance com jogos mobile da franquia, como Pokémon GO, Masters EX e Sleep. “É um sinal claro de que há interesse em atingir novos públicos, mesmo dentro de um ecossistema tradicionalmente fechado.”

No atual cenário, a ideia de exclusividade parece menos uma vantagem estratégica e mais uma limitação de mercado. E, diante da crescente convergência de plataformas, a pergunta que permanece é: por quanto tempo o modelo tradicional ainda será sustentável?

Fonte: The Game Business