Switch 2: Onde estão os jogos indie? Desenvolvedores criticam postura da Nintendo e relatam exclusão

Switch 2: Onde estão os jogos indie? Desenvolvedores criticam postura da Nintendo e relatam exclusão

O lançamento do Switch 2, em junho, marcou um dos maiores marcos da história da Nintendo: mais de 3,5 milhões de unidades foram vendidas em apenas quatro dias, consolidando o console como o hardware de videogame com o lançamento mais rápido até hoje.

Apesar do desempenho impressionante e de uma biblioteca inicial com títulos de peso — tanto da própria Nintendo quanto de estúdios third-party —, muitos notaram a ausência de jogos independentes no catálogo de estreia. Fora exceções como No Man’s Sky, o suporte a produções indie foi bastante limitado. E isso não aconteceu por falta de interesse: diversos estúdios afirmaram ao site GamesIndustry.biz que tinham intenção de lançar seus projetos junto com o novo console, mas enfrentaram obstáculos consideráveis.

Acesso restrito e comunicação falha: os entraves enfrentados pelos estúdios independentes

Desenvolvedores independentes relataram que a Nintendo dificultou o acesso aos kits de desenvolvimento do Switch 2, favorecendo grandes editoras e estúdios de maior porte. Como resultado, muitos pequenos criadores não conseguiram adaptar ou lançar seus jogos a tempo do lançamento do console.

Gareth Damian Martin, criador de Citizen Sleeper 2, é um dos nomes que lamenta não ter tido acesso ao kit necessário para preparar o jogo para a nova plataforma. A mesma frustração foi compartilhada por Tony Gowland (Ant Workshop) e Chris Wright (Fellow Traveller), que também apontaram falhas graves na comunicação por parte da Nintendo.

Segundo Gowland, parece haver uma prioridade clara: a empresa estaria focada em oferecer suporte a jogos que aproveitam o poder extra do Switch 2 — especialmente aqueles que não têm versões anteriores para o console original.

“A impressão que tive foi que estão priorizando projetos que não têm builds rodando no Switch anterior. Isso ficou evidente quando perguntamos sobre Into the Restless Ruins.”

-comentou.

Engines disponíveis, mas fora do alcance dos pequenos

Outro ponto levantado pelos desenvolvedores é a limitação no uso de ferramentas como Unity, Unreal Engine 5 e GameMaker. Embora os plugins para o novo hardware já existam, apenas equipes certificadas pela Nintendo podem utilizá-los. E, mais uma vez, os estúdios menores parecem ter ficado de fora desse processo.

Pacientes, mas preocupados com o futuro

A reportagem do GamesIndustry.biz destaca ainda que, diante da falta de transparência e apoio, alguns desenvolvedores vêm considerando concentrar esforços em plataformas concorrentes, como o Steam Deck, o Legion Go e o ROG Ally. No entanto, o histórico de sucesso da Nintendo com o primeiro Switch ainda inspira confiança no futuro do Switch 2.

“Estamos torcendo para que isso se resolva logo. Se nada mudar, o console corre o risco de enfrentar uma escassez de novos conteúdos indie nos próximos anos. Será que 2026 será um ano fraco para novos lançamentos?”

-questionou.

Wright também defendeu que a Nintendo tome medidas mais rápidas agora que o lançamento já passou.

“Esperamos que eles acelerem esse processo, comecem a divulgar mais informações e criem caminhos mais acessíveis para os desenvolvedores menores conseguirem os kits.”
-afirmou.

O Nintendo Switch 2 chegou ao mercado brasileiro com preços a partir de R$ 4.499,90. Para quem busca uma opção mais completa, a Nintendo disponibiliza um pacote promocional que inclui o console e o novo Mario Kart por R$ 4.799,90.