A segunda temporada de “The Last of Us” chegou ao fim nesta segunda-feira, com a estreia do sétimo e último episódio no Brasil. Mas, para alívio dos fãs, a história ainda está longe de acabar: a terceira temporada foi oficialmente confirmada em abril, garantindo a continuidade da narrativa.
Antes, no entanto, é preciso assimilar o intenso encerramento de aproximadamente 50 minutos. Em uma coletiva de imprensa (via Deadline), os showrunners Craig Mazin e Neil Druckmann refletiram sobre o episódio final e adiantaram alguns detalhes sobre o futuro da série.
[Alerta de spoilers: a partir deste ponto, há informações sobre o sétimo episódio da 2ª temporada de “The Last of Us”. Continue a leitura por sua conta e risco.]
Ellie e o peso da verdade
Craig Mazin destacou a importância da cena em que Ellie finalmente se abre com Dina. Segundo ele, o momento revela uma vulnerabilidade rara, que só se manifesta após a confirmação de que ambas estão apaixonadas:
“Ela escolhe dizer a verdade no contexto do relacionamento mais íntimo que possui, e só depois desse vínculo ser confirmado. Dizer a verdade é um ato de exposição e, nesse mundo, expor-se significa fraqueza”
-explicou Mazin, ressaltando que essa entrega remete à famosa expressão de Joel em uma cena marcante da série.
Para o showrunner, a mentira é um mecanismo de autoproteção para os personagens, e não um ato de manipulação. Quando decidem ser honestos, isso representa um enorme gesto de confiança — mas também carrega o temor de perder quem amam.
O destino trágico de Jesse
Mazin e Druckmann também comentaram sobre Jesse, cuja trajetória se mantém fiel à do jogo original. Antes de seu desfecho trágico, Ellie descobre que ele foi contra a decisão de enviar uma expedição a Seattle. Para os criadores, esse detalhe reforça a imagem de Jesse como uma figura sensata e confiável dentro de Jackson.
“Concordamos que Jesse teria votado para proteger a comunidade, porque ele prioriza o bem coletivo — ao menos daquele grupo ao qual pertence — mais do que os interesses individuais.”
-explicou Druckmann, acrescentando que há um paralelo entre Jesse e Joel, que provavelmente teria tomado a mesma decisão.
Mais sombrio que no jogo
Uma das mudanças mais impactantes em relação ao game acontece no aquário, durante o encontro entre Ellie e a grávida Mel. Os criadores decidiram intensificar ainda mais a brutalidade da cena:
“Lembro do Craig me contar: ‘Deixei ainda mais sombrio’. Eu me perguntei como isso seria possível… E então li o roteiro e percebi: sim, ficou mais sombrio.”
-revelou Druckmann.
Para ele, esse momento é essencial justamente por provocar desconforto, mesmo em quem torce por Ellie:
“Queríamos que o público se sentisse sujo, porque é isso que os danos colaterais fazem. É também quando Ellie começa a questionar seu próprio plano.”
Uma prévia da 3ª temporada
O episódio termina com um gancho significativo: Abby e Ellie se encontram no teatro, e logo após a tela escurecer, Abby aparece acordando em outro local, enquanto surge a inscrição “Seattle: Dia 1”. Isso indica que, na terceira temporada, os eventos serão revisitados sob uma nova perspectiva — a de Abby.
A atriz Catherine O’Hara, intérprete de Gail, confirmou recentemente que Abby será o foco central da próxima temporada.
Ainda assim, Craig Mazin garantiu que Ellie e Dina continuarão a fazer parte da narrativa, além de sugerir que personagens já falecidos podem aparecer novamente, possivelmente em flashbacks ou tramas paralelas.
“Sei que o público tem muitas perguntas, e quero tranquilizá-los: essas questões são válidas e serão respondidas.”
-prometeu Mazin.
Entre os mistérios que a nova temporada deve esclarecer estão as origens da guerra, a ascensão dos Serafitas, a identidade do Profeta, as motivações de Isaac e o significado da explosão no final do episódio sete.
Apesar da expectativa, ainda não há previsão oficial para o lançamento da terceira temporada. Isabela Merced, que interpreta Dina, revelou recentemente que as filmagens só devem começar no próximo ano. Com isso, a estreia dificilmente ocorrerá antes de 2027.