OPINIÃO! Como Ataques de Ódio Estão Ameaçando a Criatividade nos Games

OPINIÃO! Como Ataques de Ódio Estão Ameaçando a Criatividade nos Games

Nos últimos meses, a Naughty Dog tem sido alvo de diversas polêmicas, algumas questionáveis e muitas desproporcionais. Um dos exemplos mais claros dessa situação envolveu o artista Nam Hyoung Taek, que, embora faça parte do estúdio, criou uma arte em homenagem ao jogo Stellar Blade, projeto da Shift Up.

O artista foi atacado injustamente por “masculinizar” a protagonista Eve de Stellar Blade em uma arte criada como simples homenagem ao jogo. Muitas das críticas surgiram com base na percepção de que o rosto da personagem estava mais “masculino” do que “feminino”.

No entanto, essas reações desconsideraram a intenção criativa e a liberdade artística do artista, que tem o direito de interpretar uma personagem de maneira única, sem que isso seja visto como uma distorção ou erro. A arte de Taek deveria ser vista como uma celebração da estética de Stellar Blade, e não como algo a ser reduzido a uma crítica baseada em estereótipos e percepções apressadas.

Eve de Stellar Blade e a Acusação de “Excitação Masculina”

Após o lançamento de Stellar Blade, a protagonista Eve também foi alvo de críticas relacionadas à sua imagem, sendo acusada de ser desenhada para atrair exclusivamente a “excitação masculina”. Essas críticas desconsideram o fato de que o design de personagens é uma parte essencial da construção de uma narrativa e identidade dentro de um jogo.

A sexualização de personagens femininas é uma questão relevante, mas quando aplicada de maneira desproporcional e sem contexto, como aconteceu com Eve, ela gera um ciclo de desinformação que prejudica a apreciação do trabalho artístico por trás do design.

Jordan de Intergalactic e a Crítica de “Lacração”

Por outro lado, Intergalactic: The Heretic Prophet, um jogo da Naughty Dog que ainda não foi lançado e sequer tem data de lançamento confirmada, já está sendo alvo de críticas intensas. A personagem Jordan, foi acusada de ser parte de uma suposta “agenda progressista” ou “lacração”. Essas críticas surgiram a partir de um trailer, sem que o jogo tivesse sido jogado ou seu conteúdo completo revelado.

Essa reação reflete um problema crescente no universo dos games: a tendência de ver a inclusão e a diversidade como algo negativo ou imposto, em vez de reconhecer que essas abordagens são uma forma legítima de ampliar o escopo narrativo e artístico da indústria de jogos.

A inclusão de personagens diversos não deve ser vista como uma “agenda”, mas como uma tentativa honesta de refletir as realidades e complexidades do mundo em que vivemos.

O Perigo das Críticas Precipitadas Antes do Lançamento

Esses dois exemplos revelam um problema que vem crescendo na indústria de games: a tendência de formar julgamentos e preconceitos sobre jogos, personagens e desenvolvedores antes mesmo do lançamento. Stellar Blade já foi atacado prematuramente e, após seu lançamento, continuou a ser alvo de críticas. Já Intergalactic enfrenta críticas baseadas em um trailer e materiais promocionais, sem que o jogo tenha sido de fato jogado.

Criticar antes do lançamento cria um ambiente tóxico, onde criadores são forçados a moldar suas obras de acordo com expectativas preconcebidas, em vez de poderem explorar suas ideias livremente. Esse tipo de julgamento não só prejudica a criatividade, como também impede que jogos inovadores, que poderiam ampliar o alcance e a expressão artística na indústria, recebam a atenção que merecem.

Conclusão: O Respeito à Criatividade e à Liberdade Artística

Em vez de fomentar divisões e ataques, a comunidade de games deve se unir para apoiar a criatividade e a inovação. As críticas infundadas, como as que atacaram Stellar Blade e Intergalactic, não contribuem para o crescimento da indústria; elas obstruem a evolução da arte nos jogos.

A verdadeira inovação na indústria de games está em contar histórias e criar personagens que refletem a diversidade de perspectivas no mundo, sem medo de explorar diferentes pontos de vista.

O respeito à visão criativa dos desenvolvedores, artistas e designers deve ser inquestionável, independentemente da direção que escolham tomar. A liberdade artística é fundamental para que a indústria continue a evoluir e a se expandir, permitindo que os jogos se tornem uma forma de expressão cada vez mais rica e diversificada.

As críticas que acusam de “excitação masculina” ou “lacração” são, muitas vezes, um reflexo de uma mentalidade fechada que impede a verdadeira evolução dos jogos como uma forma de arte. Ao invés de desmerecer, devemos apoiar e incentivar a criatividade e a inclusão dentro deste universo criativo.