Elden Ring: Shadow of the Erdtree – Uma jornada ainda mais difícil e sombria.

Uma jornada ainda mais difícil e sombria.

Não parece, mas já se passaram mais de dois anos desde o lançamento de Elden Ring, o soulslike da FromSoftware responsável por furar a bolha deste gênero, vendendo mais de 25 milhões de unidade e em apenas 3 dias, vendendo mais de 5 milhões de unidades da DLC Shadow of the Erdtree, uma longa espera se encerra, a expansão chega apresentando uma nova trama, um gigantesco mapa e inúmeros desafios.

Introdução

Como já deve ser de conhecimento geral da comunidade de Elden Ring, para acessarmos Shadow of the Erdtree devemos derrotar o General Radahn e Mohg, Lorde do Sangue. Após derrotarmos os dois semideuses, na mesma arena em que derrotamos já vemos a presença de uma guerreira de armadura preta e trajes brancos chamada de Leda, uma das seguidoras de Miquella.

Ela nos recepciona e explica mais sobre esse culto que se formou em torno do empíreo irmão de Malenia, então partimos para a Terra das Sombras. Ao chegarmos no novo mapa somos agraciados com uma bela vista para a Umbrárvore, uma contraparte da Térvore, que derrama uma seiva dourada. Logo em seguida, estamos completamente livres para partirmos para onde quisermos e da forma que quisermos.

Terra das Sombras é perigosa e gigantesca

A Terra das Sombras é gigantesca, e a nível de comparação ela deve ter o mesmo tamanho de Limgrave somada à metade de Caelid e Liurnia dos Lagos — sim, é enorme para um DLC. Ao longo das 35 a 40 horas de jogo que tive durante minha gameplay, explorei praticamente todas as novas áreas. As novas localidades contam com extensas Dungeons como Belurat, que possivelmente será primeira grande masmorra que você irá visitar.

Lá temos inimigos novos, como cavaleiros negros, pássaros de pedra, insetos gigantes, invasões e, o grande chefe da área, que não me apresentou muitos riscos, afinal, quem acompanhou minha LIVE viu que eu estava com problemas de Oversized e quem acabou matando o Boss foram os meus Sumons, porém seus movimentos são majestosos e ela usa diversos elementos, como raio, gelo e rajadas de vento, o que me fez lembrar do summon Kujata de Final Fantasy 7 Rebirth.

Todos os locais são sombrios e perigosos. Um dos melhores exemplos disso é a Floresta Abissal, uma localização secreta da expansão que possui grande ênfase na Chama Frenética, elemento da loucura que é uma das tramas de notoriedade da campanha principal e volta a ser destacado dentro da DLC. Nesta localização, não podemos usar o Torrente, porque ele fica assustado, então precisamos seguir a pé. Temos um inimigo imune a nossos ataques, e caso ele te veja e consiga te agarrar, esqueça, é morte instantânea.

E como ficou a Exploração agora?

No quesito exploração, tudo continua impecável e orgânico: é muito fácil se perder em busca do seu objetivo, pois tudo está mais escondido do que antes, mas encontrar algo completamente inusitado logo à frente e que te surpreende. O único problema é que Elden Ring repete o mesmo erro da campanha principal: a repetição de inimigos. Apesar dos novos rivais que temos na Terra das Sombras, alguns deles são os mesmos das Terras Intermédias, além do fato de que as batalhas contra Dragões, exceto por uma da qual falarei mais a frente, são iguais e não apresentam nada inédito.

Além das localizações principais, temos um campo de flores cerúleas que exala beleza inigualável, um pico de dragões que transpira hostilidade e é repleto dessas feras, raios e muito mais. Toda a estrutura do mapa me deixou bastante satisfeito e eu não queria soltar o controle por um minuto sequer.

Temos que falar também das gigantes fornalhas que perambulam pela Terra das Sombras. Esses seres colossais ganharam bastante destaque nos materiais de divulgação e vamos nos encontrar com alguns deles com bastante frequência. Enfrentá-los é muito tedioso, afinal eles possuem uma barra de vida enorme e devemos bater em suas pernas inúmeras vezes para derrubá-los e infligir um ataque crítico. Porém, existem momentos em que eles usarão armaduras nas pernas, aí devemos ir para um terreno alto e atacar sua cara, se você usar flechas ou magias é possível atacar com mais facilidade.

Nova mecânica de level

Para ajudar o jogador com a dificuldade que a Terra das Sombras apresenta, uma nova mecânica foi inserida e é semelhante ao que vemos em Sekiro. Ao longo da jornada, encontraremos Fragmentos da Umbrávore e Cinzas Espirituais Referenciadas, esses itens podem ser usados para aumentar o poder de ataque e a negação de dano. No meu jogo consegui colocar os fragmentos no nível 19 e as cinzas no nível 8, e o buff só é válido para a DLC. Dentro da expansão, o dano da minha arma que escala com destreza e força estava muito mais alto do que nas nas Terras Intermédias, o que deixa evidente o salto de dificuldade que existe em Shadow of the Erdtree.

O Combate ganha um brilho extra

Quanto ao combate de Shadow of the Erdtree, tudo permanece excelente assim como no jogo base. No entanto, as novas armas dão um brilho a mais à expansão de Elden Ring. Seja pela espada longa Milady, que apesar de ser uma lâmina grande, executa movimentos rápidos e graciosos, pelos frascos de perfume, uma alternativa às magias elementais, ou até mesmo pelas curiosas luvas do Folhaseca, que adicionam uma espécie de combate corpo a corpo bastante eficiente parecendo um Kung Fu.

Algumas armas dão apenas uma nova cara para os embates, o que é ótimo. O histórico de DLCs da FromSoftware se mantém em não trazer enormes adições ao combate, mas sim ter foco imenso em uma nova história, localizações inéditas e batalhas de chefe emocionantes. E falando nas boss fights, elas merecem um destaque à parte.

Encontros com chefes são emocionantes

Um dos maiores trunfos do gênero soulslike são as batalhas de chefe. Seja nos jogos da FromSoftware, ou nos títulos de outras desenvolvedoras, muito do alicerce que sustenta esses jogos é formado por esses combates.

Já falei um pouco sobre a luta contra a Besta Divina nos parágrafos anteriores, mas essa é apenas a luta inicial. No caminho temos um Boss incrível que vocês vão conhecer a Rellana irmã de Rennala e a terceira grande luta do jogo é a Fortaleza das Sombras, onde encontramos Messmer. O filho de Marika impõe um desafio bem agradável que na minha experiência foi dos Boss mais difíceis da DLC. Messmer é bem ágil e usa golpes que te dão hitkill com extrema facilidade, porém não vou dar Spoilers aqui.

Outra luta que gostaria de destacar é contra um dragão gigantesco e poderoso que se encontra numa das áreas mais hostis de Shadow of the Erdtree. Esse dragão possui uma lore bastante interessante, pois ele é o responsável por ferir Placidusax, o Lorde Dragão que enfrentamos na campanha principal, tornando-se assim um traidor da própria raça. Para não ser morto por outros dragões, ele se exilou na Terra das Sombras, até que nosso Maculado chega em seu Ninho. Essa é uma luta estarrecedora, difícil, emocionante e cheia de poderes. Precisei de várias tentativas para derrotá-lo. Essa batalha, para mim, superou a luta contra Midir em Dark Souls 3. O mestre Miyazaki conseguiu superar a melhor batalha de chefe de dragão da história da FromSoftware.

Todos os grandes combates foram razoavelmente difíceis para mim. Talvez, em um New Game normal, a DLC não seja tão difícil. Existiram três lutas que me deixaram completamente emocionado, e quando alcancei o meu triunfo contra o inimigo estava tremendo com o controle na mão. Nada é frustrante, apesar da enorme dificuldade, e quando o desafio é superado a recompensa é alta.

Fiquei com mais dúvidas do que respostas

Uma das grandes expectativas que existia para a DLC era de que respostas sobre a Ruptura e todos os eventos das Terras Intermédias seriam respondidas. Algumas questões recebem respostas, porém Shadow of the Erdtree me deixou bastante confuso, mesmo após ler descrições de itens e outros elementos narrativos.

A trama de Miquella possui algumas reviravoltas cujas motivações não consegui compreender. Temos também algumas subtramas que não podemos abordar por questões de spoilers, mas que ainda são confusas. Sabemos que a comunidade soulslike sempre se une para desvendar esses mistérios, no jogo base, porém, as coisas pareciam mais explícitas e facilitavam a compreensão.

As quests dos NPCs ajudam a dar mais contexto para a Terra das Sombras e são ótimas. Uma pequena decepção que tive com a expansão é a ausência de Godwyn e Melina, personagens misteriosos e que permanecerão sem respostas.

Conclusão

O Mestre Miyazaki acerta mais uma vez ao expandir o mundo de Elden Ring com maestria. Alguns defeitos como a repetição de inimigos e chefes retornam nesta DLC, porém não são suficientes para ofuscar a excelência que rodeia a Terra das Sombras. Infelizmente, algumas dúvidas quanto à narrativa das Terras Intermédias permanecem sem respostas, mas seguir os passos de Miquella é incrível assim como as cruzes no Mapa. As batalhas de chefe estão mais emocionantes do que nunca e o novo mapa é gigantesco, rendendo muitas horas de exploração e, é claro, muitas mortes.

Eu fico imaginando o Miyazaki ou a From agora, o que eles irão trazer para nós? Pois cada jogo que essa empresa lança é um 90+, um jogo incrível, sensacional e que vai concorrer ao Goty.

Mal posso esperar pelos próximos lançamentos, pois amo a FromSoftware de paixão!

Confira versão em vídeo da Review:

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