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Lançado originalmente em 2010, NieR completa 15 anos em 2025. Apesar de os fãs esperarem um anúncio inédito da Square Enix para comemorar a data, o que veio foi uma longa (e reveladora) entrevista com o criador Yoko Taro e o produtor Yosuke Saito — e ela trouxe curiosidades deliciosas sobre o universo da franquia.
Evangelion como base para tudo
Quem conhece a obra de Yoko Taro sabe que Neon Genesis Evangelion sempre foi uma forte influência. O criador não esconde isso e reforçou novamente: “Tudo o que faço é influenciado por Evangelion”. Sem entrar em muitos detalhes, ele sugeriu que tanto NieR quanto Drakengard têm raízes profundas nesse clássico do anime.
Ao lembrar da construção de NieR, Taro contou que a decisão de criar um mundo sem humanos forçou a equipe a trabalhar com narrativas alternativas. Mas hoje ele se questiona:
“Talvez eu não devesse ter eliminado a humanidade tão facilmente”
Segundo ele, essa escolha pode ter vindo de um sentimento pessoal:
“A percepção esmagadora de que não tenho carisma algum”
-brincou.
Pedidos curiosos e reviravoltas nos bastidores
Durante a entrevista, os dois desenvolvedores relembraram momentos curiosos do desenvolvimento. Taro contou com bom humor que executivos da Square Enix nos EUA pediram que aumentassem o tamanho do torso do protagonista. “Maior! Eu disse maior!”, diziam eles, segundo o diretor.
Saito, por sua vez, compartilhou como foi pego de surpresa por um dos elementos mais marcantes de NieR: a exclusão dos dados salvos para desbloquear o final verdadeiro.
“O Sr. Yoko escondeu isso de mim! Outros membros da equipe me contaram discretamente. Minha reação foi: ‘Tudo bem, deve ser uma homenagem a Dragon Quest’.”
Só mais tarde ele descobriu que não era bem isso.
Por que NieR: Automata tem tantos finais?
Um dos elementos mais comentados de NieR: Automata (2017) são seus 26 finais — algo que surpreendeu muitos jogadores. A inspiração inicial, segundo Taro, veio de Drakengard. No entanto, o verdadeiro motivo por trás da multiplicidade de desfechos foi bem mais prático: a Square Enix queria mais conteúdo.
A versão original entregue pela PlatinumGames contava com menos finais. Mas diante da exigência da editora, a equipe expandiu o jogo. O resultado? Um enorme sucesso comercial e de crítica, com quase 10 milhões de cópias vendidas — e o reconhecimento do ex-presidente da PlayStation, Shuhei Yoshida, que chegou a dizer que NieR: Automata foi o jogo que salvou a indústria japonesa.